quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Livra-nos Do Mal



Certa altura um discípulo de Jesus fez-lhe um pedido:Estava Jesus em certo lugar orando e, quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos.” (Lc 11:1)

Seguidamente Jesus ensinou a célebre oração comummente conhecida pelo nome de “Pai Nosso” descrito em maior pormenor no Evangelho segundo S. Mateus.
 
Esta oração é como um sobrescrito com um destinatário e uma morada, com sete pedidos escritos numa folha.
 
Destinatário: Pai Nosso         

 Morada: o Céu            

Conteúdo da carta:

       1.      Santificado seja o teu nome; 
       2.      Venha o teu reino; 
       3.      Seja feita a tua vontade assim na terra como no Céu; 
       4.      O Pão-nosso de cada dia nos dá hoje; 
       5.      Perdoa-nos … como nós perdoamos; 
       6.      Não nos deixes entrar em tentação;  
       7.      Livra-nos do mal.


 Introdução 

Gostaria de considerar este sétimo e último pedido que integra este grupo de sete.
Há situações que só Deus nos pode livrar do mal…
Há outras situações em que outros homens nos podem livrar…
Na grande parte das situações, tem que ser o próprio homem a livrar-se a si mesmo, claro está, sempre ajudado pelo Senhor.
A Bíblia ensina-nos a pedir: “livra-nos do mal” mas também nos ensina a fugir do mal, é essa a razão pela qual Deus nos deu uma língua para falar e duas pernas para fugir.
Deixo três versículos que nos provam isso mesmo:

“Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.” (1Tm 6:11)
Fugi da prostituição. Qualquer outro pecado que o homem comete, é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.” (1Co 6:18)
“Portanto, meus amados, fugi da idolatria.” (1Co 10:14)

 
 O Que É O Mal!?

Não está atribuído ao homem estipular o que é mal e o que é o bem.
Dizer o que é mal e dizer o que é bem é prerrogativa divina.
Não são poucos os que se metem nesta tarefa que não lhes compete e por essa razão têm levado seus seguidores com eles mesmos por caminhos que não são os caminhos de Deus, chamando bem ao que Deus chama mal e chamando mal ao que Deus chama bem.
Mas eis o que a Palavra de Deus diz acerca desses:
 
Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que põem as trevas por luz, e a luz por trevas, e o amargo por doce, e o doce por amargo! (Is.5:20)

 
Teorias Acerca Do Que É O Mal

Segundo determinada teoria “o mal é apenas o bem mal aplicado...”
Do ponto de vista teológico esta teoria está errada, pois o “bem” nunca pode ser mal aplicado, visto que não tem más aplicações.
O homem natural chama mal a tudo o que é desagradável…
Porem nem tudo o que é desagradável é mau!
Pois existe o mal [coisas desagradáveis] que é remedial, por exemplo: uma operação cirúrgica.
Um prejuízo pode ter como resultado final um enorme benefício…
Um benefício pode muito bem vir a tornar-se num grande prejuízo… 

a) Agostinho teólogo cristão -- 346-430, disse: “o mal é apenas a ausência do bem”.
Esta perspectiva pode até parecer correcta, porem ela limita o sentido da natureza do bem.
O bem e o mal são manifestados em acções distintas impulsionadas por sentimentos distintos.
Agostinho assumiu essa posição na tentativa de evitar que Deus fosse acusado da autoria do mal, visto ser Ele soberano sobre todas as coisas.
Porem Deus diz pelo profeta Isaías:

Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas.” (Is 45:7)

Não tenho receio em afirmar que o mal é criação de Deus, doutra sorte o mal seria eterno no passado a par com a eternidade de Deus.
Se é eterno no passado então o mal é Deus e, será eterno no futuro. Sabemos não ser assim, pois o mal à luz da Bíblia tem os dias contados.
O mal e o bem são criações divinas pois quanto sabemos e acredita-mos não há outro criador.
As criaturas inteligentes, criadas por Deus, podem livremente escolher um ou outro. 

b) Há uma teoria dualista que ensina: há dois princípios distintos na existência do bem e do mal, esse dois elementos teriam sido misturados por algum tempo, dessa forma se explicam os desarranjos humanos, porem no fim o bem há-de triunfar, embora signifique simplesmente a separação das duas forças e não a aniquilação do mal, pois este continuará a existir para sempre ainda que num reino aparte que não pode ser derrubado.  
[ex. azeite misturado com vinagre, agitados misturam-se, em repouso separam-se]
Pela Bíblia Sagrada sabemos que o Bem há-de triunfar sobre o Mal e que este reino há-de ser aniquilado para todo sempre.

E o Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos. (Ap 20:10)
E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra, e o mar já não existe. E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, adereçada como uma noiva ataviada para o seu noivo. E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” (Ap.21-1:4)

c)Na teoria do yng yang, o mal e o bem não se misturam mas existirão para sempre num eterno conflito do ‘perde ganha’.
O YANG representa:
LUZ, ATIVO, MONTANHA, PARTES ALTAS, VERÃO, CALOR, DURO, CONCRETO, OBJETOS GRANDES MACIÇOS, LOCAIS RUIDOSOS COMO BAILES E FESTAS.
Amor, Tolerância, Criatividade, Iniciativa, Amizade, Admiração, Ajuda, Facilidade.
As forças YANG são poderosas nos meses de verão, mas enfrequecem durante a noite escura.
Um elemento como a árvore pode ser YANG se a árvore for grande e forte.
As situações em que há YANG demais são muito agitadas e causam excessos. Devem ser evitadas.
  


O YIN representa:
ESCURIDÃO, PASSIVO, ÁGUA, PARTES BAIXAS, INVERNO, FRIO, MOLE, IMPALPÁVEL, OBETOS PEQUENOS, FRÁGEIS, LOCAIS CALMOS COMO IGREJAS E CEMITÉRIOS.
Ódio, Intolerância, Embotamento, Sedentarismo, Inimizade, Inveja, Oposição, Dificuldade.
As forças YIN são poderosas nos meses de inverno, mas enfraquecem durante o dia claro.
Um elemento como a árvore pode ser YIN se a árvore for pequena e delicada.
As situações em que há YIN demais são muito calmas e sem vida. Devem ser evitadas.

Estas são apenas algumas teorias entre muitas outras acerca do mal.

Quando estudamos a Bíblia concluímos acerca do mal o seguinte:

O Mal Pode Ser Dividido Em Três Aspectos Distintos:


O Mal Cósmico; O Mal Natural; Mal Moral. 

O Mal Cósmico

Deste Mal o Homem sabe pouco, dos outros também não sabe tudo embora saiba muito mais.
O mal cósmico trata-se de uma rebelião em tempo remoto, levada a cabo nos lugares celestiais, por seres inteligentes contra o Criador, muito antes da criação da raça humana.
Essa rebelião conduziu há formação de um reino, [o reino das trevas onde Satanás é o príncipe].
Quando o homem participa neste género de mal, [a rebelião contra Deus] acaba por prestar lealdade a esse reino e ao seu dominador: Satanás.

Porque a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação é como a iniquidade de idolatria...” (1Sm 15:23)

 
O Mal Natural

O mal natural pode ser definido como desastres naturais provocados pela própria natureza que inclui: terramotos; desmoronamentos; tsunamis; cheias; enfermidades; acidentes de trabalho e de viação, ect. ect., e por fim o maior de todos, dizem alguns: “a morte”.
Estes géneros de mal podem causar mau estar e, até provocar a respectiva morte, porem o mal natural não é o mais pertinente.
Pois o mal natural provoca ‘ondas’ de solidariedade entre os Homens, mesmo entre os inimigos, juntam-se para se ajudar uns aos outros, o que não aconteceria em situações normais.
O mal natural é ainda muitas vezes usado por Deus como último instrumento para tentar acordar o Homem do sono espiritual em que este uma e outra vez cai.
A palavra de Deus mostra isso claramente em diversas partes da Escritura.
Leia-mos no profeta Amós, capitulo quatro, e depois o no profeta Ageu capítulo dois:

6. Por isso também vos dei limpeza de dentes em todas as vossas cidades, e falta de pão em todos os vossos lugares; contudo não vos convertestes a mim, diz o Senhor.
7. Além disso, retive de vós a chuva, quando ainda faltavam três meses para a ceifa; e fiz que chovesse sobre uma cidade, e que não chovesse sobre outra cidade; sobre um campo choveu, mas o outro, sobre o qual não choveu, secou-se.
8. Andaram errantes duas ou três cidades, indo a outra cidade para beberem água, mas não se saciaram; contudo não vos convertestes a mim, diz o Senhor.
9. Feri-vos com crestamento e ferrugem, a multidão das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas oliveiras, foi devorada pela locusta; contudo não vos convertestes a mim, diz o Senhor.
10. Enviei a peste contra vós, à maneira de Egipto; os vossos mancebos matei à espada, e os vossos cavalos deixei levar presos, e o fedor do vosso arraial fiz subir aos vossos narizes; contudo não vos convertestes a mim, diz o Senhor.
11. Subverti alguns dentre vós, como Deus subverteu a Sodoma e Gomorra, e ficastes sendo como um tição arrebatado do incêndio; contudo não vos convertestes a mim, diz o Senhor.
12. Portanto assim te farei, ó Israel, e porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus.
13. Porque é ele o que forma os montes, e cria o vento, e declara ao homem qual seja o seu pensamento, o que faz da manhã trevas, e anda sobre os lugares altos da terra; o Senhor, o Deus dos exércitos é o seu nome”


Muitos anos mais tarde escrevia o profeta Ageu:

15. Agora considerai o que acontece desde aquele dia. Antes que se lançasse pedra sobre pedra no templo do Senhor,
16. Quando alguém vinha a um montão de trigo de vinte medidas, havia somente dez; quando vinha ao lagar para tirar cinquenta, havia somente vinte.
17. Feri-vos com queimadura e com ferrugem, e com saraiva, em todas as obras das vossas mãos; e não houve entre vós quem voltasse para mim, diz o Senhor.”
Como podemos avaliar por estes e outros textos, Deus usou o mal natural e ainda hoje faz do mesmo modo para que os homens concluam que não são nada e olhem para cima, lugar onde está Deus, para que deixem de fazer o Mal Moral e passem a fazer o bem Divino, que nem sempre é igual ao bem humano.
Mesmo a morte, considerada por muitos como o clímax do mal natural, para o cristão ela não é um mal mas sim um acto da misericórdia de Deus, doutra forma o Homem ficaria para sempre prisioneiro deste corpo corruptível nesta terra.
Pena é que, o homem por causa da má gestão que faz da vida, uma e outra vez morra de morte prematura.

 O Mal Moral

Aqueles que defendem que o mal é apenas a ausência do bem, o que pode ser em alguns aspectos do mal natural, [Ex: coisas não premeditadas].
Porem, como explicam os defensores dessa teoria, que um assassino em massa possa estar apenas envolvido em algo passivo!?
[há diferença entre alguém que provoca um incêndio por descuido e de quem o provoca propositadamente.]
Como se pode explicar que o individuo não tem nada a ver com aquilo que fez propositadamente sabendo que se trata de um acto destruidor!?
Nesta e noutras situações tem de forçosamente haver algo de terrivelmente maligno no coração do executante.

Segundo a Bíblia há uma maldade voluntária, aberta maligna que tem sido uma maldição para a raça humana.
Uma maldade que os homens executam por mero prazer…
…por causa de um ódio desmedido…
…por causa de uma ganância descontrolada…
…por causa da ‘sede’ de poder…
Quando lemos a Escritura, é fácil concluir que o homem natural age movido por um impulso de uma força maligna que opera dentro de si com a sua própria cumplicidade.
Paulo explica o procedimento humano em oposição aberta à vontade divina. 

 “19. Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
20. Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis;
21. Porquanto, tendo conhecido a Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
22. Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos,
23. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
24. Por isso Deus os entregou, nas concupiscências de seus corações, à imundície, para serem os seus corpos desonrados entre si; Romanos 1-24:28
25. Pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador, que é bendito eternamente. Amém.
26. Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza;
27. Semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro.
28. E assim como eles rejeitaram o conhecimento de Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um sentimento depravado, para fazerem coisas que não convêm;
29. Estando cheios de toda a injustiça, malícia, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contendam, dolo, malignidade;
30. Sendo murmuradores, detractores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais;
31. Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, sem misericórdia;
32. Os quais, conhecendo bem o decreto de Deus, que declara dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam (Rm.1.19-32)

Neste e noutros trechos, podemos constatar que a Bíblia fala de um mal real e não apenas da ausência do bem.
É verdade que o homem pode fazer mal por não sabe fazer bem, mas quando aprende a fazer bem, devia deixa de fazer o mal! Porem este faz o mal mesmo sabendo fazer o bem.
O gnosticismo defende que a causa do mal é a ignorância. Até pode ser em alguns aspectos básicos da questão, mas não na essência da mesma
É verdade que a Bíblia diz que o povo não sabia fazer o bem:
Aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva.” (Is.1.17)

Deveras o meu povo é insensato, já me não conhece; são filhos obtusos, e não entendidos; são sábios para fazerem o mal, mas não sabem fazer o bem. (Jr.4.22)

Este «não saber» era provocado por uma ignorância voluntária!
O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos. (Os.4.6)

Até hoje Deus não fala em segredo:
Não falei em segredo, nalgum lugar tenebroso da terra; não disse à descendência de Jacó: Buscai-me no caos; eu, o Senhor, falo a justiça, e proclamo o que é recto.” (Is.45.19)

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo; (Hb.1.1-2)

A Bíblia ensina que fazer o mal é um “hábito ou costume” que os homens gostam de praticar.
Pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas malhas? Então podereis também vós fazer o bem, habituados que estais a fazer o mal.” (Jr.13.23)

Há quem se esconda por detrás de males menores que os outros praticam para praticarem descaradamente os males que praticam.
Jesus dizia para os escribas e para os fariseus:
“Guias cegos! Que coais um mosquito, e engolis um camelo”. (Mt 23:24)

O profeta Isaías, no seu tempo já fazia menção do sentimento de Deus em relação a esta gente:
e que dizem: Retira-te, e não te chegues a mim, porque sou mais santo do que tu. Estes são fumaça no meu nariz, um fogo que arde o dia todo. (Is.65:5)
O salvo não faz o mal de forma tendenciosa, da mesma sorte que os ímpios cuja forma de agir a Bíblia denuncia:
Maquina o mal na sua cama; põe-se em caminho que não é bom; não odeia o mal.” (Sl 36:4)
Quando o Homem ora “livra-nos do mal”, deve ter sempre em conta o seguinte: este precisa de ser “odiado”, em contrapartida, muitos há que o amam de todo o coração, logo assim sendo nem Deus o pode livrar dele.
O mal não tem a capacidade de ‘apanhar’ o filho de Deus, a praticá-lo voluntariamente porque este o odeia, porem como o seu desejo é fazer-se praticar especialmente por este, então usa de artimanha para atingir seu objectivo. O Homem salvo, por natureza “odeia o mal” mas mesmo assim, pode fazê-lo em duas circunstâncias especiais:
1.      Instintivamente.
2.      Pensando que está a fazer o bem.
  
    Fazer Instintivamente

O homem salvo alem de estar no mundo pecaminoso, ainda tem em si a natureza humana que é propícia ao pecado.
Diante de uma situação imprevista, o homem salvo pode reagir instintivamente de forma contrária àquela que seria a sua vontade, porem cedo ‘acorda’ «se é que acorda» e logo abandona o procedimento e repara a situação na medida do possível, temos na Bíblia um caso exemplar: o rei David…
Certamente, confiante nas suas capacidades deixou de orar: “livra-nos do mal” e cedeu a força do instinto sexual cometendo adultério.
Na tentativa de encobrir o mal, motivado pelo medo quis encobrir a sua maldade.
Como para encobrir uma maldade é preciso cometer mais de vinte, então o rei David comete outro mal maior, pois este mal já foi premeditado: pela mão dos seus inimigos matou o seu fiel servidor marido da mulher com a qual adulterou e, continuou de consciência tranquila até que pela voz do profeta, Deus o despertou do ‘sono’ em que o instinto o fez cair.
Sabemos pela Escritura que depois de ter despertado do ‘sono’ correu para os pés do Senhor, lugar onde alcançou o perdão divino, porem as consequências do mal que praticou não foram possíveis de evitar, e estas foram trágicas, não as consideraremos agora.
Havemos de considerar que a vontade de Deus é livrar-nos do mal e não perdoar o facto de termos praticado o mal. Por isso Jesus ensinou a orar “livra-nos do mal” que nós não somos capazes de nos livrar, porque efectivamente, Deus perdoa, alguns homens também perdoam mas, a Historia nunca perdoou e jamais perdoará.

  Fazer Mal A Pensar Que É Bem

O homem pode ainda ser levado a fazer o mal pensando que estava a fazer o bem.
Exp: um doente pode estar num estado desesperado de sede, mas se beber água morre.
Se alguém que não tem conhecimento da sua situação lhe chega água mata-o.
Ora a intenção não era matar o doente mas sim matar-lhe a sede. Foi feito um mal pensando estar a fazer um bem.
Nesta situação tinha razão o gnosticismo: “a ignorância é a causa do mal”.
O mesmo se passa na vida espiritual em relação ao mal moral.
Existe muita doutrina que já vem escrita no coração do ser humano quando este nasce, porem há outra que precisa de lhe ser acrescentada.
A doutrina escrita no coração, quando bem usada leva o homem a procurar Deus e, Este conduz o Homem ao Filho, que através da Palavra e do Espírito Santo lhe ministra a doutrina que vem confirmar a já escrita no coração e, as duas em conjunto levam o Homem à salvação.
A doutrina que Jesus ministra através da Palavra de Deus [A Bíblia Sagrada] não se aprende de um dia para o outro, este conhecimento é algo que leva uma vida inteira a conseguir: “até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo;” (Ef 4:13)
Neste período de aperfeiçoamento a falta de conhecimento pode levar o homem a agir guiado pelo coração e não pela razão da Palavra de Deus o lhe pode trazer sérios dissabores, porque: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?” (Jr 17:9)
É verdade que o coração do homem pode enganá-lo, porem se Deus permite que o coração de um de seus filhos o engane em determinada altura da sua vida e por causa do engano o homem erra, certamente este erro há-de contribuir para o crescimento daquele que errou.
Do meio dos seus próprios erros e do meio dos erros dos outros tiram-se lições de vida que não se obteriam de outra forma.
Depois de tudo isto concluo desta forma: 

Errar é humano.

Perdoar é divino.

Não aprender com os erros é diabólico.

Uma e outra vez vemos a mesma pessoa, que diz que é salvo, cometer os mesmos erros várias vezes e, como não aprende estes vão sendo cada vez maiores até que o afastam por completo da Igreja e do Senhor. 

David Antunes